A história esquecida dos lendários ervateiros que moldaram MS a partir da erva-mate

A história esquecida dos lendários ervateiros Já ouviu falar dos ervateiros? E do peão dos ervais? A maioria dos sul-mato-grossenses nunca escutou ou sequer...

A história esquecida dos lendários ervateiros que moldaram MS a partir da erva-mate
A história esquecida dos lendários ervateiros que moldaram MS a partir da erva-mate (Foto: Reprodução)

A história esquecida dos lendários ervateiros Já ouviu falar dos ervateiros? E do peão dos ervais? A maioria dos sul-mato-grossenses nunca escutou ou sequer se lembra desses nomes. No entanto, a história dos trabalhadores que contribuíram para moldar Mato Grosso do Sul por meio da produção de erva-mate já foi tema de reportagem na TV Morena. Há relatos de que o estado — especialmente as regiões de Dourados e Ponta Porã — se desenvolveu graças a esses homens, que, no final do século XIX, atuavam na colheita e transporte da erva-mate, então considerada um produto de alto valor comercial. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Segundo o curador do Museu da Erva-Mate, Domingues José de Oliveira, existem aproximadamente 600 espécies da planta em todo o mundo. No início do século XX, Mato Grosso do Sul figurava entre os principais produtores. A atividade manteve relevância até o século XXI, quando a produção começou a declinar e o estado passou a importar o produto, principalmente da região Sul do país. Por volta dos anos 2000, o estado produzia cerca de 3.288 toneladas da folha verde. Na década seguinte, esse número caiu para 183 toneladas, embora a demanda pelo produto tenha continuado no mercado. A era da erva-mate Os ervateiros foram protagonistas do período de expansão da produção de erva-mate em Mato Grosso do Sul. Uma empresa chegou a cultivar 5 milhões de hectares, área que era mantida por esses trabalhadores. Eles eram responsáveis por preparar as folhas para o consumo. De acordo com registros históricos, eram descritos como homens com grande resistência física, capazes de suportar o calor das regiões fronteiriças e de erguer, sozinhos, grandes montes de galhos de erva-mate, conhecidos como raidos. As vestimentas eram características: uma espécie de proteção improvisada que cobria da cabeça aos pés, adequada para enfrentar longas jornadas de trabalho. Memória esquecida Embora tenham sido considerados essenciais para o desenvolvimento do estado, atualmente a homenagem a esses trabalhadores é pouco lembrada. Em 2004, uma estátua foi instalada em uma das principais ruas de Dourados (MS) como forma de reconhecimento. Cinco anos depois, a peça foi transferida para diferentes locais do município, em um movimento que ficou conhecido como “peregrinação da estátua”. Em 2010, a obra foi restaurada e colocada em um parque. Dois anos depois, foi transferida para uma praça distante do centro da cidade. Para estudiosos do tema, esse deslocamento é interpretado como parte da trajetória desses trabalhadores. "O ervateiro parece que tem uma triste sina. Enquanto era ervateiro recebia péssimos salários, eram trabalhos desumanos, muito maltratado e nem nos dias de hoje tem um destino melhor", afirmou o professor de geografia, Ênio Ribeiro de Oliveira. Entre as histórias que envolvem a estátua, está a ideia de que ela muda de lugar para ser vista — e, assim, lembrada. Monumento em Dourados reflete a importância do tereré para a cultura de MS Lendários ervateiros Arquivo TV Morena Veja vídeos de Mato Grosso do Sul